Cena Aberta FUNARTE 2016 – São Paulo
Apresentação do espetáculo
Estrelas
Sobre o Espetáculo:
Concepção:
Este
espetáculo é um solo resultante do processo de pesquisa prática de treinamento e dramaturgia atoral, com base
na Antropologia Teatral, que se desenvolveu ao longo de 5 anos numa parceria entre
o grupo Odin Teatret, da Dinamarca e a atriz Marilyn Nunes, criadora
deste espetáculo. A criação atoral, a presença cênica e a dramaturgia que
provêm dos materiais atorais, utilizando sua potência psicofísica, marca esta
pesquisa. O maior período de intercâmbio entre a artista brasileira e o grupo
dinamarquês deu-se no ano de 2012 e início de 2013, ano em que Julia Varley, integrante
do grupo Odin Teatret, assumiu a direção do espetáculo, que estreou no dia 11
de janeiro de 2013, na sede do grupo, em Holstebro, Dinamarca. Após a estreia, a atriz Marilyn Nunes
retornou ao Brasil, iniciando uma série de apresentações do espetáculo,
iniciando-as pela sua cidade, Presidente Prudente, no interior do estado de São
Paulo, chegando até a capital, depois apresentando-o em outros estados do
Brasil (Paraná, Mato Grosso e Goiás) e em outros países (Dinamarca e México).
Dramaturgia
textual:
O espetáculo é inspirado na obra “A Hora da Estrela”, de Clarice
Lispector. Na sinopse temos: “Detrás do som de máquina de escrever surge uma
escritora com um pandeiro. À beira da
morte, ela trabalha em sua última novela, compondo os personagens enquanto os
apresenta ao público: Macabéa, uma moça do subúrbio que conhece seu primeiro
namorado Olímpico, Glória, a colega de trabalho que rouba seu namorado e Madame
Carlota, uma cartomante com quem se consulta. Através de seus personagens a
escritora traça uma retrospectiva de sua vida: o primeiro amor, a primeira
decepção, a busca por quem se é, a consciência de uma vida miserável e sem
sentidom, a crença num futuro feliz e o confronto final com o inevitável. Com a morte da protagonista, a escritora
encerra a sua novela e a sua jornada de vida”. Utilizando músicas brasileiras,
pandeiro, um cenário simples, a atriz se desdobra entre os vários personagens.
Histórico de apresentações:

No histórico
do espetáculo encontram-se apresentações realizadas em: SESC Thermas de
Presidente Prudente (maio de 2013),
Mostra de Teatro de Presidente Prudente (junho de 2013), FENTEPP
(Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente – setembro de 2013), SESC
Consolação, São Paulo (temporada de março a abril de 2014 no espaço Beta), Casa
Laboratório para as artes do Teatro (temporada no mês de maio de 2014), em
Cuernavaca, México (junho de 2014), SESC Ribeirão Preto (agosto de 2014), Festival de Dança de Londrina, Paraná (outubro de 2014), Festival Extirpe, em
Suzano, São Paulo (novembro de 2014), Festival Encontros Possíveis, em Cuiabá,
Mato Grosso (em dezembro de 2014), temporada na sede Odin Teatret, (Holstebro,
Dinamarca - dezembro de 2014 e janeiro de 2015), Encontro Ator Criador, em
Goiânia, Goiás (fevereiro de 2015), no CEU Inácio Monteiro, em São Paulo (março
de 2015) e no Teatro SESC Piracicaba (junho de 2015), Festival de Matão, São
Paulo (setembro de 2015).
Prêmios:
Foi recebida a premiação de "Reconhecimento" do governo de
Morelos, México, pela contribuição para a cultura realizada através da
apresentação do espetáculo. Também houve a premiação para turnê na Dinamarca
pela FUNARTE, através do edital de Intercâmbio Cultural. A atriz Marilyn Nunes
também recebeu o prêmio Myriam Muniz 2015 para realizar seu próximo espetáculo,
continuando a pesquisa e criação deste primeiro espetáculo solo.
Críticas:
“Seu espetáculo é de uma beleza, leveza e qualidade
raras”, por Cacá Carvalho (ator e
fundador da Casa Laboratório para as Artes do Teatro).
“O encantamento do espetáculo solo Estrelas nasce da
simplicidade (...) A magia é gerada sobretudo pelo trabalho de atuação e
manipulação de objetos, que se desdobram em funções e significados”, por Gabriela Mellão, crítica do Folha –
Ilustrada.
“Estrelas,
trabalho solo da atriz Marilyn Nunes, nos leva a investigar a questão do
ator-criador por outras perspectivas. Neste caso, a herança de toda uma
tradição na busca de um repertório do ator, sintetizada principalmente nas
pesquisas de Eugenio Barba, aparece como elemento central. Fruto de uma
residência da atriz com Julia Varley, do Odin Teatret, o trabalho traz para
cena todo o vocabulário de procedimentos do grupo dinamarquês, como as
partituras corporais e vocais e a construção de imagens”, por Soraya Belusi, crítica no XX FENTEPP
(2013).
O artigo “Com Estrelas,
dinamarqueses levam Clarice Lispector ao palco”, de Gabriela Mellão (Folha
Ilustrada e O Popular, em 19/03/2014) pode ajudar a entender o que é o
espetáculo:
“O encantamento do
espetáculo solo Estrelas, que estreia na sexta em São Paulo, nasce
da simplicidade. A montagem é dirigida por Julia Varley – integrante da
companhia dinamarquesa Odin Teatret – e aposta no trabalho do ator e na
imaginação do espectador para levar ao palco Clarice Lispector (1920-77) e os
personagens do romance A Hora da Estrela.
A magia é gerada sobretudo
pelo trabalho de atuação e de manipulação de objetos, que se desdobram em
funções e significados. Um tambor, por exemplo, acaba parecido com uma máquina
de escrever.
A atriz Marilyn Nunes surge no palco com o
instrumento no colo, dando vida a uma artista que cria e conta sua história ao
mesmo tempo. Ela manipula o instrumento de um modo em que consegue criar sons
que costumam ser produzidos por escritores em seu ato criativo, e não por
músicos. Dois cubos alinhados em diferentes posições podem construir um quarto,
uma vitrine, uma escrivaninha e uma tumba. Um pano vermelho vira cobertor,
saia, anel e guarda-chuva.
Todos os objetos de
cenário e figurinos são muito simples e servem para criar imagens em cena.
Trata-se de um espetáculo baseado na capacidade de uma atriz fazer o espectador
enxergar alguma coisa que não está ali”, explica Varley, atriz e diretora
inglesa que ingressou em 1976 na companhia dinamarquesa fundada pelo italiano
Eugenio Barba. “A montagem final é elaborada na cabeça do espectador. Aprendi
isto nos 40 anos de trabalho no Odin Teatret”, completa a atriz.
Nunes encontrou em A Hora da
Estrela um eco de sua
própria história. E, da mesma maneira que a escritora se projetava em suas
criações, a atriz fez de Estrelas uma obra que mistura material
ficcional e real de sua trajetória. “Passei tanta dificuldade quanto Macabéa”,
confessa, referindo-se à personagem principal do livro de Clarice Lispector. “A
peça revela a abordagem filosófica que Clarice Lispector dá a sua história.
Fala sobre vida, amor, esperança, decepção, dor e felicidade, ciente de que ela
mesma estava prestes a terminar a sua jornada”, resume Nunes”.
Duração: 57 minutos.
Valor do
ingresso: R$30 (inteira) R$15 (meia).
De quinta à sábado, às 20h e domingo às 19h.