sábado, 7 de maio de 2016

Estrelas no Teatro de Arena

Cena Aberta FUNARTE 2016 – São Paulo
Apresentação do espetáculo Estrelas

Sobre o Espetáculo:
Concepção:
Este espetáculo é um solo resultante do processo de pesquisa prática de treinamento e dramaturgia atoral, com base na Antropologia Teatral, que se desenvolveu ao longo de 5 anos numa parceria entre o grupo Odin Teatret, da Dinamarca e a atriz Marilyn Nunes, criadora deste espetáculo. A criação atoral, a presença cênica e a dramaturgia que provêm dos materiais atorais, utilizando sua potência psicofísica, marca esta pesquisa. O maior período de intercâmbio entre a artista brasileira e o grupo dinamarquês deu-se no ano de 2012 e início de 2013, ano em que Julia Varley, integrante do grupo Odin Teatret, assumiu a direção do espetáculo, que estreou no dia 11 de janeiro de 2013, na sede do grupo, em Holstebro, Dinamarca.  Após a estreia, a atriz Marilyn Nunes retornou ao Brasil, iniciando uma série de apresentações do espetáculo, iniciando-as pela sua cidade, Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo, chegando até a capital, depois apresentando-o em outros estados do Brasil (Paraná, Mato Grosso e Goiás) e em outros países (Dinamarca e México).

Dramaturgia textual:
O espetáculo é inspirado na obra “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector. Na sinopse temos: “Detrás do som de máquina de escrever surge uma escritora com um pandeiro.  À beira da morte, ela trabalha em sua última novela, compondo os personagens enquanto os apresenta ao público: Macabéa, uma moça do subúrbio que conhece seu primeiro namorado Olímpico, Glória, a colega de trabalho que rouba seu namorado e Madame Carlota, uma cartomante com quem se consulta. Através de seus personagens a escritora traça uma retrospectiva de sua vida: o primeiro amor, a primeira decepção, a busca por quem se é, a consciência de uma vida miserável e sem sentidom, a crença num futuro feliz e o confronto final com o inevitável.  Com a morte da protagonista, a escritora encerra a sua novela e a sua jornada de vida”. Utilizando músicas brasileiras, pandeiro, um cenário simples, a atriz se desdobra entre os vários personagens.

Histórico de apresentações:

No histórico do espetáculo encontram-se apresentações realizadas em: SESC Thermas de Presidente Prudente (maio de 2013),  Mostra de Teatro de Presidente Prudente (junho de 2013), FENTEPP (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente – setembro de 2013), SESC Consolação, São Paulo (temporada de março a abril de 2014 no espaço Beta), Casa Laboratório para as artes do Teatro (temporada no mês de maio de 2014), em Cuernavaca, México (junho de 2014), SESC Ribeirão Preto (agosto de 2014), Festival de Dança de Londrina, Paraná (outubro de 2014), Festival Extirpe, em Suzano, São Paulo (novembro de 2014), Festival Encontros Possíveis, em Cuiabá, Mato Grosso  (em dezembro de 2014),  temporada na sede Odin Teatret, (Holstebro, Dinamarca - dezembro de 2014 e janeiro de 2015), Encontro Ator Criador, em Goiânia, Goiás (fevereiro de 2015), no CEU Inácio Monteiro, em São Paulo (março de 2015) e no Teatro SESC Piracicaba (junho de 2015), Festival de Matão, São Paulo (setembro de 2015).

Prêmios:
Foi recebida a premiação de "Reconhecimento" do governo de Morelos, México, pela contribuição para a cultura realizada através da apresentação do espetáculo. Também houve a premiação para turnê na Dinamarca pela FUNARTE, através do edital de Intercâmbio Cultural. A atriz Marilyn Nunes também recebeu o prêmio Myriam Muniz 2015 para realizar seu próximo espetáculo, continuando a pesquisa e criação deste primeiro espetáculo solo.

Críticas:
“Seu espetáculo é de uma beleza, leveza e qualidade raras”, por Cacá Carvalho (ator e fundador da Casa Laboratório para as Artes do Teatro).
“O encantamento do espetáculo solo Estrelas nasce da simplicidade (...) A magia é gerada sobretudo pelo trabalho de atuação e manipulação de objetos, que se desdobram em funções e significados”, por Gabriela Mellão, crítica do Folha – Ilustrada.
Estrelas, trabalho solo da atriz Marilyn Nunes, nos leva a investigar a questão do ator-criador por outras perspectivas. Neste caso, a herança de toda uma tradição na busca de um repertório do ator, sintetizada principalmente nas pesquisas de Eugenio Barba, aparece como elemento central. Fruto de uma residência da atriz com Julia Varley, do Odin Teatret, o trabalho traz para cena todo o vocabulário de procedimentos do grupo dinamarquês, como as partituras corporais e vocais e a construção de imagens”, por Soraya Belusi, crítica no XX FENTEPP (2013).
O artigo “Com Estrelas, dinamarqueses levam Clarice Lispector ao palco”, de Gabriela Mellão (Folha Ilustrada e O Popular, em 19/03/2014) pode ajudar a entender o que é o espetáculo:
“O encantamento do espetáculo solo Estrelas, que estreia na sexta em São Paulo, nasce da simplicidade. A montagem é dirigida por Julia Varley – integrante da companhia dinamarquesa Odin Teatret – e aposta no trabalho do ator e na imaginação do espectador para levar ao palco Clarice Lispector (1920-77) e os personagens do romance A Hora da Estrela.
A magia é gerada sobretudo pelo trabalho de atuação e de manipulação de objetos, que se desdobram em funções e significados. Um tambor, por exemplo, acaba parecido com uma máquina de escrever.
A atriz Marilyn Nunes surge no palco com o instrumento no colo, dando vida a uma artista que cria e conta sua história ao mesmo tempo. Ela manipula o instrumento de um modo em que consegue criar sons que costumam ser produzidos por escritores em seu ato criativo, e não por músicos. Dois cubos alinhados em diferentes posições podem construir um quarto, uma vitrine, uma escrivaninha e uma tumba. Um pano vermelho vira cobertor, saia, anel e guarda-chuva.
Todos os objetos de cenário e figurinos são muito simples e servem para criar imagens em cena. Trata-se de um espetáculo baseado na capacidade de uma atriz fazer o espectador enxergar alguma coisa que não está ali”, explica Varley, atriz e diretora inglesa que ingressou em 1976 na companhia dinamarquesa fundada pelo italiano Eugenio Barba. “A montagem final é elaborada na cabeça do espectador. Aprendi isto nos 40 anos de trabalho no Odin Teatret”, completa a atriz.
Nunes encontrou em A Hora da Estrela um eco de sua própria história. E, da mesma maneira que a escritora se projetava em suas criações, a atriz fez de Estrelas uma obra que mistura material ficcional e real de sua trajetória. “Passei tanta dificuldade quanto Macabéa”, confessa, referindo-se à personagem principal do livro de Clarice Lispector. “A peça revela a abordagem filosófica que Clarice Lispector dá a sua história. Fala sobre vida, amor, esperança, decepção, dor e felicidade, ciente de que ela mesma estava prestes a terminar a sua jornada”, resume Nunes”.

 Duração: 57 minutos.
Valor do ingresso: R$30 (inteira) R$15 (meia).
De quinta à sábado, às 20h e domingo às 19h.


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